Silêncio desassossegado
O Sol está a pôr-se e eu aqui estou. Parece que nesta hora final de luz tudo se torna mais presente e tudo vibra de existência. Sento-me no chão e sinto o calor luminoso na pele. Escuto. O mar. As ondas. Tanto dançam, mesmo aqui ao lado. Nunca quietos, em constante mudança. Não há nada como o silêncio do oceano: é tão melódico. Não há um momento de pura quietude. Vejo um brilho imenso neste pensamento. Parece levar o que faz de mim quem sou, enquanto mo devolve no segundo seguinte. Continuo a ouvir. O vento. Passa por mim e leva-me as preocupações, seca-me as lágrimas, agita a essência do meu ser. O que faz o vento com o que leva de mim? Talvez o leve a outra pessoa que escute. Talvez me traga pedaços de outras mentes inquietas. Asas. Algo voa, talvez sem rumo, talvez sozinho. Abro bem os olhos e vejo. A luz quente do Sol que tudo pinta. O verde das árvores que me sussurra. O azul do céu que sei que se funde com o do mar. O meu reflexo nesta janela que me pede direções, pe...