A vida

A vida... 

A vida tem uma forma estranha de me fazer dar voltas e voltas e de me deixar tonta, no mesmo sítio. Tem um feitio estranho que me mostra qual o melhor caminho a tomar, mas mo proíbe, puxando-me para o alternativo.

A vida tem uma magia de me fazer querê-la e ficar sedenta por ela nos momentos em que mais me desilude, em que sinto realmente que aqui estou, a viver.

Sinto que se escapa dos meus dedos quando penso nela, e só quando penso nela me apercebo que cá está. E se não estivesse?

É nestas noites confusas, em que mergulho no turbilhão e me deixo afundar na tinta desta caneta, nas costas desta folha de rascunho, em que me deixo levar, que a sinto na sua plenitude. É quando me partem o coração que o sinto a pesar-me no peito. É quando partem que percebo que verdadeiramente estiveram aqui.

Que venham tristezas e desilusões e mudanças. Que venha o pior. Sei que virá de qualquer forma, mas, neste momento, desejo-o. Desejo lágrimas e desejo olhar para o vazio e sentir-me completa por pensamentos que tão intensamente me habitam a mente. Só assim viverei.

A vida... a vida é feita a cada dia e nunca pensada como uma lista a preencher. A vida é saber que aqui estou e querer cá estar, em momentos como este. A vida é deixar que ela me leve o coração e que o parta em pedaços, mas encarar cada dia como uma procura de todas essas partes de mim que até eu desconheço.

A vida é um devaneio sem sentido, é uma pena que voa sem direção nem rumo definido, é uma gota de chuva que vagueia, perdida.

É tudo. É crescer.

Cresçamos e não pensemos nisso, porque tudo é mais bonito quando não é pensado... a vida é pura em toda a sua confusão... deixemo-la assim... estranha.

A vida... é isto.