Foste tu
Um dia, no café das almas, conheci-te pelo nome e olhei-te, sem prestar atenção. Sem fazer por isso, continuei a ver-te por lá e a reconhecer cada vez mais os trejeitos da tua alma dançante. Comecei a sonhar com a tua luz, que deixava a minha alma inquieta. Percebi que crescia em mim uma vontade de te fazer sorrir. Que faço eu com isto? Noutro dia, contei-te e disseste-me que a tua alma sorriu. Desde então, de almas entrelaçadas, começámos a construir, sem ter de pensar muito. Só por isso, era bonito. Éramos bonitos assim, pintados ao natural, e fomos bonitos a tocar outras almas e a criar almas feitas de nós, para um dia voarem sozinhas. Os sorrisos mudaram, mas sempre houve alguma coisa que foi ficando. Não acredito em almas gémeas; nunca acreditei. Parece-me insensato pensar que uma pessoa só tem direito a um grande amor, ainda que assim o pareça. Nunca fez sentido, na minha cabeça, mas sei que desde aquele dia que acreditava que as nossas eram feitas uma para a outr...