Capítulo 11
Então um dia o menino de cabelos escuros sentou-se no Monte e a mãe perguntou:
- Do que estás à espera, filho?
- do sol - respondeu ele.
- O Sol já o levou o Vento. - tentou a mulher, com o cansaço a tocar-lhe a garganta.
- e não pode trazê-lo de volta? - continuou o menino.
- O Vento só leva, filho. Mas como este mundo é redondo, tudo acaba por voltar.
- tudo, tudo? - o brilho nos olhos negros do rapaz tocou a mãe na alma, não se sabe bem se no coração, se no estômago, ou na cabeça.
- Tudo mesmo, só por vezes de forma diferente. - notou-se um ligeiro tremer na sua voz.
- e se o meu mundo não for redondo, quem traz o sol de volta?
- Tens então de perguntar ao vento onde vai ele e fazê-lo querer voltar para ti.
A mãe sentou-se ao lado do menino, a olhar o horizonte com luz já a falhar.
- de onde vem o vento, mãe?
- Vem das árvores.
- mas as árvores sussurram que ele vem de longe, também não sabem. - disse o menino, que costumava ouvir as histórias das árvores dia e noite.
- Ninguém sabe bem de onde vem, talvez nem ele saiba...
Via-se a casa azul em baixo, ao fundo, com as janelas abertas e cortinas dançantes.
- o que acontecia se não houvesse vento? - o menino olhava para a mãe.
- Então, não sentias saudade.
- porquê, mãe?
- Porque nada era levado daqui. - a mulher pôs a mão à volta do rapaz.
- era bom, não era?
- O quê?
- não sentir saudade. era bom.
- Quem te disse isso?
- a lua. vi-a chorar e confessou-me que não queria mais ter saudade.
- De quem tem ela saudades?
- não sei. ela não disse e as estrelas não quiseram ajudar.
- E elas, sentem saudade?
- acho que sim...
O menino brincava com a relva nas mãos, distraidamente.
- porque é que o teu cabelo é amarelo e o meu não?
- Porque quando eu nasci era de dia e quando foste tu o vento já tinha vindo.
- não tivemos frio?
- Muito. Até as nuvens choraram. - a recordação fez chuviscar água salgada.
- porque choras, mãe?
- Talvez um dia o vento te leve também. - a mulher sorriu, com um aperto.
- e tens medo?
- Tenho, pois.
- não sabia que as mães também tinham medo.
- São as que mais medo têm, filho.
- não tenhas. se me levar, eu volto. - disse o menino, voltando os olhos para a casa.
- Porque o mundo é redondo?
- porque vou pedir ao vento que me traga a mim e ao sol. talvez o meu cabelo fique como o teu, nesse dia.
- Talvez sim.
- Do que estás à espera, filho?
- do sol - respondeu ele.
- O Sol já o levou o Vento. - tentou a mulher, com o cansaço a tocar-lhe a garganta.
- e não pode trazê-lo de volta? - continuou o menino.
- O Vento só leva, filho. Mas como este mundo é redondo, tudo acaba por voltar.
- tudo, tudo? - o brilho nos olhos negros do rapaz tocou a mãe na alma, não se sabe bem se no coração, se no estômago, ou na cabeça.
- Tudo mesmo, só por vezes de forma diferente. - notou-se um ligeiro tremer na sua voz.
- e se o meu mundo não for redondo, quem traz o sol de volta?
- Tens então de perguntar ao vento onde vai ele e fazê-lo querer voltar para ti.
A mãe sentou-se ao lado do menino, a olhar o horizonte com luz já a falhar.
- de onde vem o vento, mãe?
- Vem das árvores.
- mas as árvores sussurram que ele vem de longe, também não sabem. - disse o menino, que costumava ouvir as histórias das árvores dia e noite.
- Ninguém sabe bem de onde vem, talvez nem ele saiba...
Via-se a casa azul em baixo, ao fundo, com as janelas abertas e cortinas dançantes.
- o que acontecia se não houvesse vento? - o menino olhava para a mãe.
- Então, não sentias saudade.
- porquê, mãe?
- Porque nada era levado daqui. - a mulher pôs a mão à volta do rapaz.
- era bom, não era?
- O quê?
- não sentir saudade. era bom.
- Quem te disse isso?
- a lua. vi-a chorar e confessou-me que não queria mais ter saudade.
- De quem tem ela saudades?
- não sei. ela não disse e as estrelas não quiseram ajudar.
- E elas, sentem saudade?
- acho que sim...
O menino brincava com a relva nas mãos, distraidamente.
- porque é que o teu cabelo é amarelo e o meu não?
- Porque quando eu nasci era de dia e quando foste tu o vento já tinha vindo.
- não tivemos frio?
- Muito. Até as nuvens choraram. - a recordação fez chuviscar água salgada.
- porque choras, mãe?
- Talvez um dia o vento te leve também. - a mulher sorriu, com um aperto.
- e tens medo?
- Tenho, pois.
- não sabia que as mães também tinham medo.
- São as que mais medo têm, filho.
- não tenhas. se me levar, eu volto. - disse o menino, voltando os olhos para a casa.
- Porque o mundo é redondo?
- porque vou pedir ao vento que me traga a mim e ao sol. talvez o meu cabelo fique como o teu, nesse dia.
- Talvez sim.
Que momento delicioso de pura inocência.
ResponderEliminarQue saudades de ser assim…
Mas quem sabe um dia o vento trás tudo de volta...
Talvez um dia fiques a saber...